DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA

27/07/2011 00:39

 

Algumas doenças da Cultura da Soja  (Glycine max)

 

Oídio (Microsphaera diffusa)

Esse fungo infecta diversas espécies de leguminosas. É um parasita obrigatório que se desenvolve em toda a parte aérea da soja, como folhas, hastes, pecíolos e vagens (raramente observada). O sintoma é expresso pela presença do fungo nas partes atacadas e por uma cobertura representada por uma fina camada de micélio e esporos (conídios) pulverulentos que podem ser pequenos pontos brancos ou cobrir toda a parte aérea da planta, com menor severidade nas vagens. Nas folhas, com o passar dos dias, a coloração branca do fungo muda para castanho-acinzentada, dando a aparência de sujeira em ambas as faces. Sob condição de infecção severa, a cobertura de micélio e a frutificação do fungo, além do dano direto ao tecido das plantas, diminuir a fotossíntese. As folhas secam e caem prematuramente, dando à lavoura aparência de soja dessecada por herbicida, ficando com uma coloração castanho-acinzentada a bronzeada. Na haste e nos pecíolos, as estruturas do fungo adquirem coloração que varia de branca a bege, contrastando com a epiderme da planta, que adquire coloração arroxeada a negra (EMBRAPA, 2011).

 O oídio é uma doença da soja que acontece em épocas de secas mais extensas, com um intervalo de temperatura para o desenvolvimento do patógeno são de 18ºC, a doença é levada pelo vento a longas distâncias, a sua disseminação na lavoura é de forma generalizada, o uso de fungicidas é eficaz para o controle e também o uso de cultivar resistente (PICINI E FERNANDES, 2003).

A doença é de fácil identificação, pois as folhas ficam esbranquiçadas


            O Oídio foi muito observado durante meu estagio, em áreas que sofreram maiores períodos com menor incidência de chuvas, foi uma doença de grande incidência e trouxe prejuízos as lavouras.

2.6.2 Míldio (Peronospora manshurica)

 O míldio foi constatado pela primeira vez, no Brasil, em Pelotas (RS), durante o ano agrícola 1966/1967. Atualmente é encontrado em toda a área produtora de soja no país. Embora ocorra com frequência, somente poderá ser considera uma ameaça quando for usado cultivares com muita suscetibilidade (LINK E COSTA, 1988 p.176).

            Causada por um fungo, seu desenvolvimento é dado pela alta umidade e temperatura de 20 a 22ºC. A disseminação do fungo é feita pelo vento por longas distâncias.

            A identificação do míldio é muito fácil, pois são pontos amarelo-claros que evoluem de forma irregular. O míldio por ser uma doença que não traz tantos prejuízos na cultura da soja, o seu controle geralmente é feito devido aos tratamentos para as outras doenças que também são atacadas por fungos.

 

2.6.3 Mancha Alvo

Surtos severos têm sido observados esporadicamente, desde as zonas mais frias do Sul às chapadas dos Cerrados. Cultivares suscetíveis podem, sofrer completa desfolha prematura, apodrecimento das vagens e intensas manchas nas hastes. Através da infecção na vagem, o fungo atinge a semente e, desse modo, pode ser disseminado para outras áreas. A infecção, na região da sutura das vagens em desenvolvimento, pode resultar em necrose, abertura das vagens e germinação ou apodrecimento dos grãos ainda verdes. A podridão de raiz causada pelo fungo C. cassiicola é também comum, principalmente em áreas de semeadura direta. Todavia, severas infecções em folhas, vagens e hastes, geralmente não estão associadas com a correspondente podridão de raiz. Mais estudos são necessários para esclarecer se a espécie do fungo que causa a mancha foliar é a mesma que infecta o sistema radicular. A podridão de raiz é mais frequente e está aumentando com a expansão das áreas em semeadura direta (EMBRAPA, 2011)


 

2.6.4 Podridão Vermelha da Raiz (Fusarium solani fsp. glycines)

Essa doença foi observada pela primeira vez na safra 1981/1982, em São Gotardo (MG). A partir da safra 1996/1997, ela está presente desde o Maranhão ao Rio Grande do Sul, sendo os estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, de Goiás e de Minas Gerais os mais afetados. A podridão vermelha da raiz (PVR) ocorre em reboleiras ou de forma generalizada.
            O sintoma de infecção na raiz inicia com uma mancha avermelhada, mais visível na raiz principal, geralmente localizada um a dois centímetros abaixo do nível do solo. Essa mancha se expande, circunda a raiz e passa da coloração vermelho arroxeada para castanho-avermelhada a quase negra. Essa necrose acentuada localiza-se mais no tecido cortical, enquanto que o lenho da raiz adquire coloração, no máximo, castanho-clara, estendendo-se pelo tecido lenhoso da haste a vários centímetros acima do nível do solo. Nessa fase, observa-se, na parte aérea, o amarelecimento prematuro das folhas e, com maior frequência, uma acentuada necrose entre as nervuras das folhas, resultando no sintoma conhecido como folha "carijó".

A podridão vermelha da raiz é umas das doenças que pode ser erradicada com cultivar resistente. É a única maneira de controle da doença, que tem incidência em anos com maior número de chuvas e com plantio direto. A doença foi de poucas ocorrência nas lavouras.

 

2.6.5 Podridão Branca da Haste

De acordo com Silva (2005), as temperaturas entre 25ºC e 30ºC e alta umidade relativa do ar favorecem a ocorrência da doença. Os sinais são na parte aérea aonde a planta apresenta-se amarelada, podendo ter folhas murchas ou com sintomas de carijó. Ocorre em plantas isoladas, muito raramente em reboleiras. O manejo de controle é utilizar adubação recomendada, rotação de culturas, plantio em solos bem drenados.