Agricultor, a força do homem do campo movendo o Brasil

29/07/2011 15:58

 

 

 

Semeando idéias para produzir mais, o Portal Agrolink parabeniza a todos os agricultores pelo passagem do seu dia

O Brasil possui uma das mais prósperas produções agropecuárias do planeta. Isso nos posiciona entre os mais competitivos do mundo, com capacidade de atender ao aumento da demanda por alimentos. Na década de 70, o trabalho de um agricultor produzia alimentos para 73 pessoas, e hoje, o mesmo agricultor produz o suficiente para alimentar 155 pessoas. A partir daí, podemos mensurar o poder do setor e questionar: alguém duvida da importância do produtor rural para o desenvolvimento do país?

Em comemoração à semana da agricultura e ao Dia do Agricultor (28 de julho) o Agrolink destaca um município que agrega o sucesso da agricultura brasileira. Campo Novo do Parecis, a 397 quilômetros da capital, Cuiabá, coleciona títulos, como o de terceiro maior produtor de grãos do estado e um dos dez maiores do Brasil, além de liderar o plantio de milho pipoca e girassol.
 
A última estimativa da Conab, deste mês, aponta que a produção de grãos no Estado deve atingir 30,72 milhões de toneladas, um aumento de 6,5% ante a safra 2009/2010. A área plantada com as principais culturas cresceu 5,3%, totalizando 9,6 milhões de hectares.

O agricultor Roberto Luiz Chioquetta, gaúcho de nascimento, acompanha essa evolução desde que chegou à região, em 1989. Produtor de soja, milho, milho pipoca e girassol, ele nos fala sobre o sucesso e as maiores demandas da região.
 

Chioquetta conta que, apesar do destaque regional, ainda há gargalos a ser enfrentados. Um dos principais é a questão logística. A BR-163 (Cuiabá-Santarém), não duplicada, é o principal canal de escoamento para 41 cidades que concentram quase 50% da produção e é operada além da capacidade. Segundo a Aprosoja, 47% da produção de soja e 74% da produção de milho de MT são escoadas por meio dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), sendo o modal rodoviário o mais empregado. O escoamento por Santarém (PA), alternativa considerada fundamental para a região, depende do término do asfaltamento e duplicação da rodovia. “A distância só vai encurtar com ferrovia e hidrovia”, diz Chioquetta.

Outro problema apontado pelo agricultor são as pragas. Chioquetta lembra que hoje existem várias espécies de pragas de solo que vem tirando parte da produção. São as nematóides de galha, cistos e de pratylenchus, esta última sem variedade resistente. Ele explica que por ser uma praga de solo, sua multiplicação é muito rápida e o seu controle muito difícil, comparando com as pragas da parte aérea que têm controle mais fácil. Para amenizar o problema em sua propriedade, ele faz experiência com a pulverização no sulco e com produtos específicos.

A crescente incorporação de novas tecnologias pelos produtores permite projetar que a produção agrícola brasileira pode evoluir sem afetar áreas de preservação ambiental e florestas. A principal preocupação na atualidade é como produzir mais na mesma área física.

O agricultor sempre teve o cuidado ambiental como uma questão prioritária. “Aqui, as áreas são super protegidas. As lavouras estão cerca de dois mil e quinhentos metros das nascentes. Também tenho preservado os 35% de área exigida por lei. A responsabilidade ambiental é uma questão já consolidada no município”, frisa.

Ele observa que com o aumento de tecnologias, genética e aproveitamento das áreas degradadas é possível elevar ainda mais a produtividade. “Temos terra em abundância, só precisamos explorá-las adequadamente”. Contudo, lembra que tornar uma área degradada em produtiva envolve altos custos, por isso é necessário o incentivo do governo na disponibilidade de recursos a longo prazo. “A área degradada da pecuária ocupa três a quatro vezes mais que a área de soja”. Em sua opinião, a terminação do boi gordo deve ser feita em confinamento, deixando a área maior para a produção de bezerros. “Porque temos grandes extensões de áreas de pecuária degradas e não de agricultura?”. Entretanto, Chioquetta diz que os produtores devem continuar sempre acreditando que o ano seguinte será melhor.
 
Fonte:AGROLINK.COM.BR